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A Gestalt-terapia, sofrendo influências dos conceitos da Psicologia da Gestalt, incentiva a formação flexível de gestalt sucessivas, adaptadas à relação sempre flutuante do organismo como o meio, num ajustamento criador permanente. A gestalt-terapia poderia ser assim definida como a arte da formação de boas formas.

Pode-se considerar que a Gestalt-terapia germinou no espírito de Frederick Perls em 1940, na África do Sul. Quando imigrou nesta mesma época para a América com sua esposa Laura Perls, que era membro da escola Gestáltica da qual Perls sofreu grande influência, integraram-se a um grupo de intelectuais não conformistas com o sistema vigente, entre eles, o anarquista Paul Goodman, Isadore From, Paul Weisz e Ralf Hefferline.

A Gestalt-terapia fundamenta-se no Existencialismo porque muito próximo da Fenomenologia, absorveu o que a maioria das terapias existenciais considera importante, o encontro existencial interpessoal. Um encontro existencial visa a autoatualização e a gestalt-terapia considera todo o campo biopsicosocial, incluindo organismo/ambiente, como importante.

Pode ser considerado “existencial” tudo que diz respeito à forma como o homem experimenta sua existência, a assume, a orienta, a dirige. A noção de responsabilidade de cada pessoa que participa ativamente da construção de seu projeto existencial em sua relativa liberdade. (Ginger, 1987. p . 36)

Existencialismo como ética, sustentada pela liberdade, a ação da liberdade é um ato consciente, uma awareness, uma escolha.

A Gestalt-terapia é fenomenológica por ser centrada na descrição subjetiva do sentimento (awareness) do indivíduo. É mais importante descrever do que explicar: o “como” precede o “porque”. O essencial é o processo que está se desenvolvendo aqui e agora. Fenômeno é o que se torna luz, o que se apresenta, traduzido para a Gestalt é aquilo que damos significado, damos sentido ao mundo; sem consciência não há mundo e sem mundo não há o nós. O sujeito só percebe e dá significado se há intencionalidade, a subjetividade vai se constituir a partir desse movimento.

Com essa posição fenomenológica podemos justificar o “aqui e agora” da Gestalt-terapia. O presente é ao mesmo tempo o passado, o presente e o futuro. Neste momento estão minhas experiências, meu self, meus projetos. O passado está em mim, na minha fala, na minha respiração, nos meus movimentos e na minha expressão. O passado é reestruturado em cada momento existencial.

Sua proposta é que cada pessoa atinja uma real percepção de si como um ser em relação, uma reflexão sobre o tipo de sociedade que vivemos e em que base ética estamos fundamentados. Assim, a Gestalt-terapia não é uma terapia de ajustamento, mas de auto-realização. Crescer neste sentido é buscar desenvolver seus próprios recursos, dons e talentos especiais. Desta forma, o conceito de psicoterapia pode ser entendido e substituído pelo de crescimento. Ampliar a consciência é assumir e aceitar a responsabilidade por suas próprias escolhas; acreditando em nós mesmos podemos acreditar no outro e no mundo.

fonte: igestalt.psc.br